A vida é amargamente volátil por vezes.
Em tempos surgiram duas das pessoas de quem mais gostei e a quem mais me dediquei. As duas que no fim acabaram por despedaçar em bocados um coração que parece imune, frio e inquebrável, porque parece que ainda estou aqui e sobrevivo. Talvez já não sinta a dor, de tão insuportável que se tornou. Como viver com estes fantasmas? Olhando sempre em frente e vivendo o dia seguinte...
Aquela amiga, como uma irmã, meia década das memórias mais bonitas e doces. Mas como eu temia que a tua fraqueza de espírito se pudesse um dia revoltar contra mim. Vazia de personalidade, oca de mente, deixaste vender-te ao mundo das aparências e ilusões, pensando que assim camuflas uma falta de brilho natural e uma terrível inexperiência da vida, que te mimou, acriançou, infantilizou. Como passas da pessoa mais bondosa e compreensiva, para a pessoa mais crítica e intolerante? Como passas da simplicidade singela para a pose forçada? Porque me invejas, porque me atinges e apunhalas com tanto prazer e rancor?
Serei mesmo eu? Eu que vejo surgir à minha volta mais e mais pessoas e carinho, e tu que afastas todos os que tanto te admiraram... Será que não vês a realidade? Estarás tão cega nesse teu mundinho pré-fabricado, recheado de novos valores podres, em que os teus grandes sonhos de outrora pelos quais deixaste de lutar, foram substituídos pela inércia dos dias, a inutilidade dos objectivos, a alcovitaria e a maldade...
És puro veneno que banha agora a lâmina com que trespassas todos os baluartes da minha fé e da minha força. Desventuraste todas as minhas crenças e sólidas concepções sobre a vida, as pessoas, a amizade.
Sei agora que se puser a mão no fogo, o mais certo é um dia queimar-me.
Tenho quem me preencha e faça suprir a tua falta. Mas pergunto-me... Era de ti e isto ia inevitavelmente um dia acontecer, ou será que neste mundo só podemos mesmo confiar em nós próprios?
Será que aquilo que pensamos ser sustentável, garantido como abrigo e refúgio, pode escorregar pelos nossos dedos como areia, ao nosso total descontrolo e impotência?
E tu, outro...
Aquela história perfeita do príncipe encantado. Encomendado desde sempre, mas em receita estragada que veio, tornou-se um belo sapo...
Sobre ti já tanto foi dito, pensado e escrito. E tu sabes. E tu leste.
Mas pior que um amor que não pudeste ou não quiseste dar, foi a amizade que fingiste ter por mim, o prémio de consolação que disseste estar pelo menos assegurado, a ilusão do respeito e admiração que me tinhas...
É bem possível que me tenhas conhecido como poucos me conhecem, e também que te provocasse interesse e fascínio. Mas será que isso se traduziu num real e genuíno valor? Parece que não...
Fizeste coisas que um amigo não faria - no duplo sentido de que serias mais que amigo ou até de amigo em si muito fraco. Tão confusa e desgastante foi a realidade que se instaurou entre nós... Tanto mal que me fizeste, tanto que revolucionaste e desgraçaste os meus destinos, tanto que me transformaste.
Toda aquela minha alegria de viver permanece em mim, mas deixei de ver o mundo, as pessoas, os homens a não ser com extrema desconfiança e descrença num futuro prometedor.
É a primeira vez que consigo desabafar o que fosse perante estas duas perdas.
Tive que pensar na integridade do meu ser e cortar as densas raízes destas árvores lendárias. Os ramos que mais tentei cuidar e frutificar... mas a estação da vida mudou. Talvez um novo ciclo. Agora agem como se tivesse morrido, sou um fantasma...
Atravesso continuamente vidas tão desligadas e desfasadas. Reencarno multiplamente numa vida que devia ser una.
Poderia dizer que eu não sofro estas metamorfoses e o meu espírito mantém-se intacto e é o mesmo desde sempre. Será? Acho que me perdi pelo caminho.
É como se ao religioso fanático tivesse sido dada revelação superior de que afinal o seu Deus não existe. É como se tudo aquilo em que acreditava e tudo aquilo em que apoiava os alicerces da minha vida e felicidade houvessem desmoronado, sem hipótese de reparo.
Perco a fé sólida em tudo o que me rodeia.
Já eu própria me transcendo.
A dor lateja incessantemente. A dor é lacinante. Arde-me cada entranha, mas eu continuo a sorrir.
Será que quando te toco, a ti, e a ti, vos toco mesmo? Sentem-me?
Ou estamos todos fatalmente separados uns dos outros, e qualquer ligação é tão-só impossível?
O que somos uns para os outros e o que fazemos aqui?
26-Out-2009
Joaquin José Martinez foi condenado à morte em 1997, nos Estados Unidos da América, onde vivia. Acusado do assassinato de um jovem casal, foi quatro anos depois inocentado pelo Supremo Tribunal dos EUA.
Joaquin Martinez tornou-se assim, desde 1973, no 21º prisioneiro, no Estado da Florida, e o 96º detido, nos Estados Unidos da América, a ser exonerado depois de ter estado no corredor da morte. Nos meses que se seguiram à sua libertação, Joaquin Martinez viajou pelas principais cidades espanholas, para conhecer e agradecer às pessoas que lutaram pela sua libertação.
Nos últimos anos, Joaquin Martinez, tem dedicado a sua vida à luta contra à pena de morte e ao apoio a prisioneiros que enfrentam esta sentença.
fonte: http://www.amnistia-internacional.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1058&Itemid=98
Há uns anitos li o livro (uma autêntica bíblia!). Infelizmente, aquilo que li em mais pequena, não me impediu de vir a cometer e voltar a cometer alguns e os mesmos erros. Somos todas espertas, mas... quando a flecha nos atinge, parece que a miopia atinge o limite. Ainda hoje volto a ler o livro, para reler as mensagens e as dicas, a ver se se a coisa entra na mioleira! O problema é que acreditamos sempre que podemos ser a excepção, que desta vez pode ser diferente, mesmo que todos os sinais nos indiquem o contrário. Há qualquer coisa nunca antes vista que nos engana sempre, mas "when it´s for real", nunca perdemos mais que 1 segundo a duvidar de todas as pequenas coisinhas, nem precisamos de fechar os olhos a nada, tudo baterá certo. Nalgumas coisas, o livro até pode ser radical e extremista, porque as pessoas são todas diferentes e cada um tem os seus objectivos pessoais e interesses. Mas no que toca a algo tão universal e tão ancestral, como o amor, há coisas que nunca mudam, e no livro há pelo menos uma base essencial de pura verdade.
A orientação do livro é a seguinte:
"Ele não estará interessado em si se...":
1. Não a convidar para sair.
2. Não lhe telefonar.
3. Não namorar consigo.
4. Não quiser ir para a cama consigo.
5. for para a cama com outra pessoa.
6. só quiser estar consigo quando está bêbedo.
7. Não quiser casar consigo.
8. Acabar consigo.
9. Desaparecer.
10. For casado. (ou outras variantes disparatadas de estar indisponível)
11. For um parvalhão egoísta, um mandão ou um anormal de todo o tamanho.
Estes são os "mandamentos". Depois pelo livro estão relatos reais de situações da vida de várias mulheres. Aos seus dilemas respondem os autores do livro Greg Behrendt e Liz Tuccillo, trazendo-as de novo à realidade e mostrando-lhes a verdade nua e crua: ele não está interessado e it´s time to move on.
O amor é suficiente para uma relação resultar?
MRP: Não. Pelo contrário. O amor assusta. Muitas vezes atrapalha, os homens ficam cheios de medo, sentem-se vulneráveis.
Os opostos atraem-se?
CCA: Não. Pode funcionar na física, mas não no amor. O que separa as pessoas e causa conflitos nas relações é aquilo que os afasta. O que os une é o mesmo modo de olhar para a vida.
Existe alma gémea?
CCA: A nossa alma gémea é aquela que é compatível connosco e que aparece num momento em que há particular abertura. Temos mais do que uma alma gémea, sem dúvida nenhuma.
MRP: Existe. Existe, mas dá um trabalhão a encontrar, a cativar e a manter. Ao princípio, o choque e a alegria são tão grandes que as pessoas ficam cheias de medo. O mais comum é fugirmos da nossa alma gémea, por puro medo. Os homens raramente escolhem ficar com a alma gémea. A relação com ela mostra-te tal qual como é, e ninguém quer ver isso. A alma gémea não é aquilo que nós queremos, mas aquilo que nós somos. E, sim, só há uma. Mas não é suposto ficar com a sua alma gémea, é suposto ficar com alguém com quem se dê bem, que a faz feliz e que a complementa.
Os homens são todos iguais?
MRP: Não são: há quatro tipos de homem. O sacana profundamente atraente, o doméstico profundamente chato, o sacana que finge que é boa pessoa, e o que não tem a mania de nada, que é o melhor de todos. E não, não está sempre casado. Temos é de o encontrar na idade certa: aos 30. Não se pode levar a sério um homem antes dos 30. Até aos 25 sofrem o primeiro desgosto de amor. Entre os 25 e os 30 percebem o grande poder que têm e ficam entre tornar-se um homem normal ou um sacana, e aos 30 escolhem. E ainda há o eterno indeciso, o gajo mais chato do mundo. É o menino da mamã que nunca cortou o cordão umbilical e quer casar-se com uma rapariga igual à mãe, mas quando ela aparece, fica tão apavorado que não se casa. Está sempre à espera que a vida o leve.
Só conseguimos ser felizes com outra pessoa?
CCA: Claro que o ideal seria termos tudo: pais, parceiros, filhos, amigos. Mas se não tivermos marido ou namorado, há outras relações na nossa vida que nos podem dar a afectividade que nos falta, como os amigos.
MRP: Sem dúvida. Lamento mas essa coisa de mulheres sozinhas e independentes é tanga. A necessidade de uma relação está nas nossas entranhas, está no nosso ADN. Claro que uma mulher independente e inteligente, que chega aos 60 e não encontrou a pessoa certa, pode viver muito feliz, mas não aos 30 nem aos 40. E as que dizem que são, apaixonam-se de caixão à cova de um dia para o outro.
Fonte: Revista ACTIVA, Junho 2009.
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