Sábado, 7 de Fevereiro de 2009

«Nostra Lisbonna»

 

As almas todas que houve em mim

As almas tantas com que já me cruzei

Tanto que eu já amei

E o pouco que senti do amor. Pouco ou nada.

 

Caíste do céu a meus pés, inadvertido e insuperável.

E revolucionaste o modo como amava.

Fizeste-me sentir que tudo era novo, fresco e finalmente certo.

O primeiro e o último.

 

Deste-me, ainda que pouco, o que mais ninguém até então havia dado,

fizeste com que sentisse tudo o que é suposto sentir,

sem qualquer lacuna, todos os ingredientes da poção.

 

Tanto que... e nada. Deixaste-me completamente ao

relento cortante e incerto e paraste o teu percurso

a meio da aventura, sem me avisar para também parar de correr.

 

Nunca te deste mais do que o que o teu egoísmo permitia

e quiseste tudo de mim.

 

Será difícil depois de ti, eu sei. Fazer com que pareça que tudo pode surgir

novamente inovador e original. Mas eu sei que não será impossível,

pois não sou como tu. Abraço a vida de uma maneira que te transcende

e tudo o que acontece apenas me enriquece, ao invés de ti que te paralisa.

 

Estás irreparavelmente danificado e eu não quero mais afundar-me contigo.

Renasci vezes demais nesta vida para morrer por ti ou seja por quem for.

 

Liberto-te. Nós nunca poderemos ser.

Não me ames que não serve de nada a ninguém, nem mesmo a mim.

Se não é para me dares esse amor e para o partilhares com o meu,

para que te serve guardar esse amor?

Deita-o fora que ele é inútil e nefasto.

 

Liberto-te. E liberto-me de ti. Já chega de ti. Não quero mais isto. Não preciso mais de ti. Já quase não penso em ti. Esqueço-me agora do que me és...

 

Foi bom conhecer-te e espero encontrar-te um outro tu na outra vida, um que esteja pronto a viver, e não já irremediavelmente morto e decomposto.

 

Amo-te. Adeus.

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publicado por Strelitzia5 às 18:57
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Sábado, 15 de Novembro de 2008

"uno mim"


há muito que não escrevo qualquer coisa
há muito que deixei de pensar
para não doer
o tempo corre e voa e transcende-me e trespassa-me
e rompe-me qualquer entranha de força que reste


já não sou eu, a mesma que eu era, aquela que eu fui


nao há tempo... para nada. para conseguir viver
há tempo a mais... para não pensar, para não viver, para deixar ir


já não sou a mesma.

algo me prende. algo me retém. e já não sou eu. já ninguém me pode culpar


há muito que não escrevo qualquer coisa
há muito que preferia não sentir, dói sentir, dói saber que sinto muito,

dói saber que de nada me serve sentir, dói saber que escondo a dor, dói

saber que ignoro a dor, dói saber que não aprendo, dói saber que não me

importo que volte a doer, que doa ainda mais, dói doer, doer assim,

porque quero, porque não quero, porque não consigo evitar, porque só me

acontece doer, e nada mais.


lembro-me de quem fui...passado distante e enterrado em mim algures

sedimentado entre camadas dos vários eus. sinto falta da inocência de não

saber e ter ainda coisas por descobrir
sinto as dores repetidamente repetidas, gastas, saturadas, iguais e

sempre as mesmas. e as novas, ou as mesmas mas inovadas, antes que me

paralisassem, me anestesiassem. novas caras, novos mundos, novos lugares,

novas pessoas, novos eus. mas eu sou a mesma...

igualmente repetida e gasta e saturada em cada dor, de cada dor. de cada sentir velho, de cada sentir novo.

e ainda falta o que aí há-de vir... muito mais cansaço,

muito mais tempo passado, que se há-de tornar poeira, e uma memória doce

e distante, que há-de doer. nada permanece. nada permance em mim, nem

comigo. tudo me foi, tudo me foge, tudo me trai e me abandona ou

cortesmente ainda me diz adeus.

nunca sou a mesma, serei sempre aquela que sobreviveu a não sei o quê, porque há-de haver sempre qualquer coisa a que sobreviver, e serei sempre aquela nova cara, renascida e

metamorfoseada numa outra entidade, um elfo a viver uma segunda Era, uma

fénix a viver novo ciclo, em chama viva e sempre ardente, sacudindo as

cinzas, encaixotando-as para um baú de recordações velhas e antigas

debaixo da cama, ou debaixo do mais profundo de mim de que já me esqueci.

 

15/11/08

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Quinta-feira, 2 de Outubro de 2008

Overdose Poezz (já velhinhos...)

Estive à «cata» de alguma coisa antiga por aqui perdida que se aproveitasse.. Umas vezes não lhes acho grande piada, mas noutros dias, parecem trazer boas recordações... =)

 

«Vives em mim»

 

 

eu carrego o teu coração
carrego o teu coração
no meu.


numa gota de chuva
sinto a tua frescura
num raio de sol
sinto o teu calor


e embora a natureza te tenha tirado de mim,
embora o teu corpo esteja reduzido a poeiras,
ficou o teu coração,
o teu coração em espírito
e hás-de voltar,
de voltar para mim em corpo,
eu poderei tocar-te
e finalmente tocar-te mesmo
e tu me irás mostrar
o que eles tanto falam
vais-me dar o teu amor
e eu, finalmente, poderei dar o meu
nós dois, e o amor, entre nós.

 

28.01.06

«Imagino-te Nós»

 

 

Teus olhos cor de mel
escuro acastanhado
misterioso maravilhoso
se soubesses o quanto te canto
e invoco em doces, ternurentas e chorosas esperanças...
invento-te
imagino-te meu
imagino-me nós
quero dançar nos teus braços de homem
quero destruir teus medos de menino
quero mastigar as palavras
que dizemos
enquanto teus olhos mel
contracenam
com meus olhos negros
sedentos
de ti.
nuvem macia onde me deito
nuvem só de sonhos
mas quantos dos teus mistérios
são paixões por mim?
pois, porque sinto que também me sentes assim?
quando te vejo e te sei distante
choro e morro, tu não vês.
mas afogo-me mesmo diante de ti
nas lágrimas que não vês.
quero tocar-te, mas sinto-me presa,
acorrentada, de toque impotente.
será que em sonhos também me tocas?

 

04.12.05

 

«Renascimento Primaveril»

 

 

Libertei-me de ti
teu veneno já não me corrói as cordas venosas
já não te consumo apaixonada
já não me consomes essência e vida
o cansaço e desespero partem agora
com o fim do inverno
já não tenho frio, já não me gelas e matas
sinto um calor amigo
saio de casa e sou invadida
por um aroma paradisíaco irreal
os pós e os pólens primaveris embebedam-me de alegria
sinto esperança eterna e repetitiva
de todas as primaveras de boas lembranças
pareces mágica, embriagadora
e quando aquele odor a maresia abandonada
me assalta os sentidos,
sinto-me livre, feliz
libertei-me de ti, esqueci-te
oh, finalmente, obrigada
não preciso de ti, não me fazes falta
agora surpreendo-me com os olhares e as excitações infantis de menina,
típicas de quem anda à procura do amor novamente, mas de maneira saudável.
e já disse, não me quero apaixonar
já me chega dessa tortura
quero viver ou pensar que vivo
quero saborear cada olhar tentador de cada estranho, não me envolver mais que isso
e seduzir, sentir-me desejada e venerada.
não me apaixonarei. só se esse meu pedaço perdido finalmente aparecer. mas não quero que venha já.
que nos enganemos primeiro com os errados, nem que sejam apenas devaneios breves, cortantes provocações de atracção.
não me apaixonarei! (p.f.)
todo este negro amor tão recalcado não se pode dar ao luxo de ainda ser mais enegrecido, esta sombra não me assombrará mais, não haverá mais escuridão fria, não haverá trevas prisioneiras.
estou em reconciliação com a vida, em harmonia e agradecimento com a minha prezada natureza, à espera de viver um pouco agora, sem grandes ambições, mas confiante, sonhadora, lutando cegamente por mais felicidade. Mais. Nunca saciada.

 

14.03.06
 

 

«Desengano»

 

 

Na praia da tua pele
quis encontrar as ondas da paixão
mas teus grãos de areia
eram duros e sujos
teu mar era violento
ainda assim amei seu remoinho
teu cheiro
teu sabor
não conheci
imaginei
e amei a imaginação
por causa da tua recusa tempestuosa
vivo no engano
enganando-me com outros
encontrando lágrimas de sal
nos breves enganos do Amor.
Porque não me deixaste
pisar a areia de tua praia?
Descalça, ingénua,
nua, sem rumo,
serias o meu Norte,
a minha bússola
o vento não me desorientaria
e desde então...
vivo no engano
procurando me desenganar.

 

18-06-05

 


publicado por Strelitzia5 às 00:35
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O favorito da minha mãe

 

 

«VIDA»


ar. que respiro.
jardim. o qual nunca reguei.
a ti. já não sinto.
sonho. os olhos fechei.

 

chuva. que me molha os cabelos.
sangue. derramado em batalhas.
medo. que me acelera os nervos.
dor. que me fere as entranhas.

 

tu. que me ensinas a viver.
eu. que aprendi a te amar.
nós. que a este mundo viemos ter.
os outros. a quem deixei de olhar.

 

este momento. constante paródia.
mundo. grande incógnita.
escrever. minha paixão.
poemas. o meu refúgio.
viver. o meu desafio.
coração. o meu instrumento.
música. delícia ouvinte.
tudo isto... estas coisas, esta gente...
ar que as rodeia.
vida.

 

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publicado por Strelitzia5 às 00:30
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Domingo, 21 de Setembro de 2008

dephts of me

 

 

Dói-me saber de ti. Dói-me saber ou imaginar o quanto te pode doer. Porque a mim dói-me igual, ou secalhar até muito menos, mas tenho medo que venha a doer como a ti. Porque a tua e a minha dor são a mesma.

Não sei quanto a ti, mas eu estou cansada. E já não consigo voltar a fazer o que numa vida passada já fiz mais que uma vez. Só de saber que o fazes, dói-me. Dói com força a perspectiva de todos os teus dias angustiados, que fazem lembrar os meus, magoa sem dó toda a ideia das tuas esperas e desesperas, que eu também já tive, que eu não consigo voltar a ter. Não posso, nunca mais. Mesmo que possa vir a perder mais do que o que poderia ganhar.

Esgotei esse meu poder de sacrifício. Já o fiz, e já não consigo mais. Já não tenho essa força em mim, esse tipo de perfeição, esse tipo de nobreza.

Já sofri o suficiente para me impor o direito a certos egoísmos, protecções, defesas e armaduras. Não posso sofrer mais, acredita-me, ou seria fatal.

Não sei como o consegues, sem morrer todos os dias mais um pouco. Não sei como o consegues, mas eu sei que não consigo, não posso, não quero.

Por muito que as pessoas sejam o mais dignas de tudo o que se aguenta, parece-me algo que não é nada justo. Talvez até seja inevitável e incontrolável, mas a bem ou a mal, sempre me consegui disciplinar na medida do possível. Não gosto de me sentir assim, não consigo viver assim. Preciso sentir o oxigénio invadir os meus pulmões, preciso sentir-me respirar, não consigo viver nesse tipo de sufoco ou de inspirações emprestadas. Pareces ter que pagar uma fortuna por um segundo mínimo que seja de paz de espírito, conforto e leveza.

Eu não consigo sentir-me bem, quando algo em mim não está bem.

Eu quero e mereço algo que venha até mim que nem dádiva ou doação divina, não quero ter que lutar nem debater-me, estou tão cansada.. quero algo que seja só meu e que não tenha quaisquer dúvidas de querer pertencer-me, sem qualquer esforço ou dor. Quero que as coisas me sejam por direito, me sejam simples e naturais, espontâneas, e não sofridas e racionalizadas.

Por muito que até não me importasse, não consigo esperar, não consigo abraçar assim de modo tão harmonioso o tempo. Eu não gosto do tempo, há muito que me chateei com ele. Ele nunca me garantiu nada do que fosse. Não voltarei jamais a confiar nele. Confio na força do momento presente, do carpe diem, e se não posso ter o momento presente, não farei nenhum pacto do diabo com o tempo, pois não confio nele. Prefiro acabar-me por aqui, com as feridas que já me bastam agora, do que esperar por caminhar num mato espigoso e numa floresta escura, cega e sem ver, sem retorno são, esvaída em sangue.

Tenho saudades do equilíbrio que finalmente havia conquistado, tenho saudades da minha concentração em mim e só em mim e no meu percurso idealizado para mim. Preciso estar lúcida e sã para que possa continuar o meu caminho solitário sem mais desvios. Terei que seguir sozinha, pois já fiz as pazes com o meu fado, eu sei que isso do amor, não o poderei sentir e nunca será para mim.

 

21-09-08

 

sinto-me: in need of true warmth
música: Gravity - Sara Bareilles

publicado por Strelitzia5 às 19:08
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Sexta-feira, 12 de Setembro de 2008

A.

 

Minha grande mãe

Minha mãe maior

Sábia que já te foste

Tão ingénua que eras e já não és

 

Esta noite não te choro

Esta noite não te canto, não te encanto

Não te vanglorio com meu único talento e tesouro

meu único abrigo que me resta: não te escrevo.

 

Hoje seria o dia em que nasces

em que envelhecerias um pouco mais

Hoje não há missa

mas deves saber que também lá não iria

essas coisas são tão mínimas, tão pequenas

ao pé de ti, tão grande

ao pé de mim, tanto que te gosto.

 

Alta e grande feiticeira, guia-me, eu te peço.

Orienta-me, que me perco sem teu espírito.

Dá-me poemas, mas que não sejam sofridos

Pede aos deuses por minhas alegrias.

Protege-me. Cuida de mim. Olha por mim.

Desvia-me dos males. Não os quero mais.

Já aprendi tudo, a sério.

 

Só quero sorrisos. Chega de lágrimas.

Dá-me o amor que procuro. Com o mesmo amor que me davas. Afasta-me da dor. Usa a tua magia, grande maga.

 

Minha estrelinha, tanto que me iluminas..

Eu sei que sou desapegada, mas é assim que consigo continuar forte. Para te sobreviver. Para viver sem ti,

Mas eu não sou desapegada. É só que estás eternamente pegada a mim.

 

Estás sempre tão viva.

E quando apareces nos poemas, materializas-te assustadoramente em carne viva perante mim.

E eu choro de medo e saudade.

E sorrio porque estás aqui.

 

 

Parabéns, Avó*

 

 

12/09/08

 

sinto-me:

publicado por Strelitzia5 às 23:38
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Eternity Moments*

 

todos esses momentos supremos
alicerçados em mim
fundindo condenação e maravilha no meu ser
são aqueles momentos inesquecíveis
apegados às minhas entranhas
podiam ter sido cruéis enganos
impiedosas ilusões
mas são os meus momentos
únicos
só meus
que foram perfeição, beleza, graça, sentido
que se reúnem em vida
esses momentos pequenos
tão breves, efémeros, súbitos
deixando tamanha saudade, angústia tanta,
que me obrigava a satisfazer-me
com a fantasiosa imaginação
de uma possível perduração dos mesmos
eu vivo esse momentos, mas quero sempre mais
mas esta sede só me traz sonhos desventurados,
caídos por terra.

 

 

28.05.06

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publicado por Strelitzia5 às 22:58
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Quinta-feira, 4 de Setembro de 2008

«Um sinal de ti»

 
 
 
 
Saudade.
O teu perfume.
Do teu cheiro que já conheço.
Conheço-o e já o sei de cor
Como sei de cor o mar
Azul
À minha frente neste momento
Aqui donde estou, donde o vejo
Da varanda
Em que escrevo e leio e oiço
As músicas
Que gostas,
E que eu gosto de algumas porque
Tu gostas delas (todas).
 
Não sei de cor a tua voz
Esqueço-me dela
Podias gravá-la nessas músicas.
Mas reconheço-a sempre que te oiço
Sei como ela é
Como sei que o céu desta noite é também ele azul.
Muito escuro. Mal vejo o que escrevo.
Já viste esta lua?..
Dizem ser um eclipse.
Está branca e não está branca.
Aparece e desaparece.
Não sei a sua real forma. Não sei o que ela é hoje.
É um enigma, um mistério. Como nós.
Saudades de nós. Mesmo não sabendo o que somos ou se o somos.
Espero um sinal de ti.
Novamente aqui, agora, esta noite.
Sempre agora. Espero a toda a hora.
Responde-me.
A ausência dos teus sinais magoa, sufoca, entristece, desvitaliza-me lentamente.
E tenho medo disto.
Por favor que não sejas mais uma dor fracassada…
És tu!
Telepatia. Sorrisos meus.
Porque não me dizes tudo logo de vez?
O tempo é tão pouco…
E já passou outro tanto sem ti.
 
 
16.08.08
sinto-me:
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publicado por Strelitzia5 às 20:08
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Quarta-feira, 30 de Julho de 2008

Outro sem título. *

 

 

Inspira a beleza.

Expira a dor.

Respira felicidade.

Olha-me, olha-me, olha-me.

É como se me tocasses

Esses olhos deambulam em mim

como ondas e eu quero ser

a espuma.

Roçar nos teus movimentos

ondulatórios,

afagar contigo a areia

em que nos deitamos.

Maré agitada.

Átomos do teu coração

que se agitam num crescendo explosivo;

partículas vivas e loucas

de energia e euforia que me percorrem o corpo.

Esta volúpia desconhecida em nós,

pois estamos ainda no plano meramente

espiritual e platónico. Mas o mais belo.

A vida inspira-me...

Inspira a beleza.

Expira qualquer dor. Esquece.

Respira pura felicidade.

 

Catarina,

28/11/06

música: Aqualung - Strange and Beautiful
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publicado por Strelitzia5 às 16:33
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Mais!

 

 

Não sei que escrever.

Só sei que quero escrever. Apenas por escrever.

As folhas cheiram bem e são convidativas.

A caneta parece querer ser usada.

O azul no branco é esteticamente agradável.

Então escrevo.

Mas não tenho tema ou motivo.

Os motivos e os temas são sempre os mesmos.

A escrita é um pouco repetitiva.

Porque as dores repetem-se. E magoam sempre de igual e rotinosa maneira.

Então mas para quê escrever, sem objectivo, sem propósito? Não será tolo ou ridículo? Não será a manifestação típica de quem não tem mais nada de útil para fazer?

Para quê escrever? Ora, para... aliviar. Desabafar. Extrair e expelir resquícios dessas dores que deambulam em nós. Só escrever é magia suficiente que antecipa a cura. Apenas escrever anestesia.

E escrever por escrever não existe. Escrever faz sempre bem e há sempre um bem que nos atinge, penetra em nós, nos trespassa de esplendor, nos ilumina com brilhos.

E esta noite, sem sono, sem que fazer, sem até que sonhar e esperar, realmente já cansada de certas coisas. Mas nunca da vida, nunca da poesia. Que me ensinam que há sempre

um novo dia

uma nova aurora

um fio de luz matinal que espreita pela janela e incomoda o olho semicerrado e sonolento.

E a vida é eterna, mesmo que acabe

e tudo é belo, e o mal muitas vezes traz o bem

e que alcançando a sabedoria, vejo mais beleza em mais coisas.

E escrever ensinou-me isto. Nunca é inútil escrever.

 

Nunca é inútil Viver. (Mais).

 

 

Catarina,

30/10/06

sinto-me:
música: Triarii - Le crépuscule des dieux
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publicado por Strelitzia5 às 16:00
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